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A respiração é essencial, pois “levamos a vida do tamanho de nossa Respiração”. Corresponde ao primeiro ato vital do ser humano, o qual vai estar presente durante toda a sua vida. Ao ser cortado o cordão umbilical, o ser humano entra em contato com o mundo através da respiração. É a forma de sentir os outros e o ambiente. Sempre que quisermos sentir menos, respiramos menos, aumentando as tensões e as couraças musculares.

Alexander Lowen (1972), pai da bioenergética diz que “A respiração guarda o segredo da vida….Na respiração nós participamos inconscientemente da Vida Maior…a respiração é um processo de expansão e contracção que envolve todo o corpo e é, ao mesmo tempo, consciente e inconsciente.” (pg. 44). È esta fronteira entre o consciente e o inconsciente em que a respiração se situa que também nos permite dar esse mergulho para dentro de nós mesmos através da simples observação do seu constante fluir, uma importante técnica de meditação que faz parte de várias escolas espirituais.

Os adultos, em especial, apresentam padrões desorganizados de respiração devido às tensões musculares crônicas, que distorcem e limitam a respiração. O foco da Bioenergética é ajudar o indivíduo a perceber e liberar suas próprias tensões,  que o impedem de respirar normalmente. É através da respiração que conseguimos o oxigênio para manter aceso o fogo do nosso metabolismo. Mais oxigênio produz mais energia.

Aliando a respiração ao movimento, é possível reduzir ou eliminar as tensões musculares, melhorando o contato sensorial e emocional com o mundo externo.

Lowen expõe em seu livro “Exercícios de Bioenergética”, que o padrão da respiração relaxada é como se fosse uma onda que flui de baixo para cima na inspiração e de cima para baixo na expiração (isso justifica alguns exercícios). Desse modo, a respiração é uma ação de todo o corpo, sendo que toda musculatura está envolvida em algum grau.

Por abafar fortes sensações de gritar e chorar, a garganta se torna comprometida na respiração. Durante a inspiração, as cavidades largas do corpo (abdômen, tórax, garganta e boca) se expandem para sugar o ar, e em um grande número de pessoas se percebe o fato da garganta estar contraída, limitando severamente a respiração. Desse modo, a respiração também se vincula a voz. Por isso, no trabalho bioenergético também utiliza-se exercícios de emitir sons.

Existem dois mandamentos no trabalho bioenergético da respiração:

1º à Nunca prender a respiração. O indivíduo deve estar consciente de quando o faz. 2ºà Emita sons sempre que achar os exercícios muito fortes. Emitir sons diminui tanto a pressão quanto a dor.

Os exercícios respiratórios Bioenergéticos são realizados com os seguintes propósitos: purificar o corpo de toxinas; remover o estresse e as emoções negativas que criam enfermidades psicossomáticas; revitalizar o sistema respiratório; melhorar a circulação e tensão arterial; potencializar o cérebro; fortalecer o sistema imunológico; liberar a tensão do corpo e da mente.

 

EXERCICIOS RESPIRATÓRIOS BIOENERGÉTICOS

 

1-      Respiração Purificadora

Serve, precisamente, para liberar o corpo das toxinas. Do ponto de vista fisiológico, 70% das toxinas no nosso corpo se eliminam através da respiração. Portanto, uma respiração superficial deixa uma enorme quantidade de resíduos no nosso organismo que, com o tempo, vão debilitando, envelhecendo e abrem portas a todo tipo de doenças.

Por outro lado, uma baixa quantidade de oxigênio em nosso sangue tende a desequilibrar nosso sistema nervoso. A maioria das pessoas utilizam cerca de !0% da capacidade total pulmonar, o que explica a saúde frágil e a tendência maior ao estresse.

Para este mal, a Bioenergética indica a Respiração Purificadora, também conhecida como Respiração de Poder nas escolas de yoga tibetano, tal é a efetividade de seus benefícios, e então o nome não deixa de ser sumamente descritivo.

A técnica consiste no pranayama de numero 6, Manasika Pranayama, explicado anteriormente.

 

2 – Respiração Removedora

Como diz o próprio nome, esta respiração tem o poder de remover resíduos energéticos e também se encaixa como uma técnica variante de Manasika Pranayama.

Ao inalar, visualize um fluxo de luz entrar através de seus pés. Este fluxo de energia limpa, elimina toda energia negativa, estresse, ansiedade, bem como qualquer emoção suprimido. Aproxime esta energia em qualquer área do corpo em particular, se necessário. Ao exalar, visualize que toda esta energia agora está definitivamente renovada, transmutada, reconfigurada.

 

A Respiração em Terapia

                                                           “O ar tece o Universo”

(Brihadáranyaka Upanishad, III:7.2)

 

“A respiração tece o homem”

(Atharva Veda X:2.13)

 

Respiração… um pouco de história

Em todas as culturas e em toda a história, a respiração foi considerada a mais importante das funções corporais do homem – era a cessão da respiração que determinava o momento da sua morte. O tempo de vida de um homem era medido do primeiro ao último suspiro. Há milênios a respiração é reconhecida como uma ponte entre o corpo e espírito, entre o inconsciente e o consciente. O uso da respiração como método de equilíbrio e cura tem uma longa historia.

De fato, respirar é a função mais básica da vida. E a primeira função de relação com o mundo externo ao útero. Não só reflete nossa condição física e psíquica, como também é um instrumento de organização de nossas relações com a vida.

Diferentes escolas desenvolveram técnicas de respiração nas escolas da China da Índia, Pérsia, Arábia, Egito, Grécia e Roma antigos – ligadas ou não aos seus sistemas de medicina. Atualmente são as escolas de respiração consciente tibetanas, chinesas e indianas que exercem influência marcante no ocidente.

As referências mais antigas sobre sua aplicação terapêutica vem da antiga literatura yoga.  Yoga é um dos caminhos de desenvolvimento psico-espiritual mais antigos que a humanidade já produziu. Existem textos de yoga com instruções sobre respiração que datam de mais de 4.000 anos. Pranayama, o nome genérico dado a essa forma de trabalho respiratório, é uma das principais linhas de yoga.

Pranayama é uma palavra formada da unção de outras duas: yama significa controle, domínio. Prana é a energia vital. Em geral, as pessoas traduzem pranayama como controle da respiração, mas podemos observar que se trata de algo muito maior que isso, pois o prana está presente em tudo o que tem movimento. Segundo algumas pesquisas e teorias recentes, o prana poderia estar vinculado à existência dos íons negativos, importantíssimos para o metabolismo dos organismos vivos. O controle do prana é o controle da energia vital e do seu metabolismo, que inclui a respiração, os batimentos cardíacos, a digestão, a circulação sangüínea, etc. Os principais meios de se absorver o prana são pelas narinas, pelos pulmões, pela língua e pela pele.  Então se diz que pranayama é o controle ou domínio da energia vital, ou bioenergia.

A mudança intencional do padrão de respiração é um meio para purificar os sentidos, tanto física como espiritualmente afim de desenvolver potencialidades. Também pode ser aplicada com objetivos médicos, como a cura, ou para fins espirituais, como meio de chegar a experiências transcendentes, bem como para entrar em contato com outras dimensões da realidade.

 

 

Através da respiração, a energia de sustentação da vida se expande”.

(citado por Elzi & Elzita, Do Yoga à Psicologia)

De acordo com a sistematização do Yoga de Patañjali, os Yoga-Sutras, o pranayama é o quarto passo, ou caminho (anga) para se atingir o estado final do Yoga. Geralmente é realizado com propósitos de purificação dos canais sutis (nadis) e também para acalmar a mente e prepará-la para estágios mais avançados do controle mental.

Uma outra corrente de sabedoria oriental que enfatiza práticas de respiração consciente para obter saúde e longevidade é o Taoismo. Também para o Budismo, a consciência na respiração é uma das instruções mais simples para realizar sua rica variedade de práticas espirituais. O Lama Govinda disse: “o processo da respiração, se profundamente compreendido e experimentado, pode nos ensinar mais que todas as filosofias existentes no planeta”.

As concepções ocidentais modernas sobre o valor terapêutico da respiração consciente foram redimensionadas pela Psicologia Corporal, em especial, Reich e Lowen, que foram os principais psicólogos a utilizarem técnicas respiratórias com objetivos psicoterapeuticos.

Nos estudos psicológicos, é possível notar uma estreita ligação entre respiração e emoção.  Aliás, o olfato é o único sentido cujos receptores ligam-se diretamente ao cérebro, sem precisar da intermediação de um nervo, o que por si só já demonstra a estreita ligação entre mente e fossas nasais. Na nossa vida cotidiana, isso é muito simples de se observar: basta que você perceba seu ritmo respiratório quando está numa situação de tensão e compara-la quando você deita-se na cama, de noite, para dormir. A diferença que se pode ver na velocidade da respiração indica que a expiração tem uma relação mais estreita com o estado emocional do que a inspiração. Também foi observado uma correlação entre o movimento diafragmático e as alterações do estado emocional. O movimento do diafragma é muito sensível a mudanças em situações, sugeridas ou imaginadas, capazes de provocar fortes reações emocionais, e que as variações nesse movimento estão diretamente relacionadas à quantidade de oxidação obtida a cada inspiração. Pesquisas científicas indicam que se o movimento diafragmático aumentar em todas as direções, a capacidade do tórax pode aumentar também, o que vai levar a um conseqüente aumento da capacidade vital. O movimento regular do diafragma estimula todo o plexo solar e estabiliza as funções mentais. Dessa forma, o ciclo respiratório também fica estável, com conseqüente estabilização e aperfeiçoamento da condição física e mental.

Um dos pioneiros na investigação da misteriosa relação existente entre a respiração e as atividades mentais foi Wilhem Wundt (1832 – 1920), na Universidade de Leipzig, Alemanha, onde ele e seus pesquisadores puderam observar e constatar que quando o homem respira profundamente, aparece em sua corrente sangüínea uma substância chamada endorfina, e que esta substância afetava o córtex cerebral e ajuda o homem a esquecer e a eliminar da memória seus receios e pavores, atuando também consistente e eficazmente para controlar e regular vários órgãos. Em conseqüência disso, verificou-se que a endorfina era eficaz na manutenção do conforto físico e mental.

Com as práticas de pranayama, o indivíduo têm alivio em sua ansiedade, e a respiração, tornando-se conscientemente mais profunda, pode penetrar com maior eficiência no sistema celular do corpo. De um modo geral, esse programa de exercícios respiratórios desenvolvido no Oriente visa acelerar o fornecimento de oxigênio e eliminar do sistema o dióxido de carbono.

Seu modelo de respiração profunda destina-se a elevar ao máximo a capacidade vital mediante a expansão e contração dos pulmões. Este método estimula por inteiro o sistema nervoso, e tem por fim facilitar os reflexos do sistema nervoso aos estímulos produzidos pelo processo respiratório. Esses exercícios visam controlar o equilíbrio entre o sistema nervoso simpático e parassimpático, submeter as funções estimuladoras e inibidoras de vários hormônios ao controle estrito do sistema nervoso e sensibilizar os nervos periféricos. Desse modo, as funções fisiológicas das diversas partes do corpo são fortalecidas e os vários sistemas do corpo são restaurados à sua condição normal. Como são estimulados, os nervos periféricos produzem um grande número de neurônios, incentivando o funcionamento de vários órgãos internos e melhora seu poder de resistência às bactérias patológicas.

“Assim como os leões, elefantes e tigres são domados

lenta e cautelosamente, o Prana deve ser controlado

lentamente. De outro modo, isso matará o praticante.”

(Sandilya Upanishad, I)

 

As práticas de pranayama, assim como todas as técnicas de yoga, devem ser ministradas em gradação proporcional às capacidades e limitações de cada indivíduo. Os benefícios são imensos, como já citados, melhora na circulação sangüínea de todo o corpo, facilitando os processos digestivos e de eliminação, reduzindo o acúmulo de toxinas e aumentando a imunidade.

Aspectos energéticos ou prânicos da respiração

A respiração é a maneira mais utilizada para nutrirmos nossos corpos energéticamente. Controlando voluntariamente a respiração, ritmando-a, aprofundando-a, dirigindo-a, polarizando-a, o homem vai obtendo acessos a seus diferentes níveis: psíquico, fisiológico, prânico, podendo integra-los em seu proveito.

 

No processo de Pranayama existem três fases distintas: inspiração, retenção, expiração, sendo que a retenção pode ser feita de duas maneiras distintas, sendo com ou sem ar. Sri Shankara define belamente este processo:

  1. O esvaziamento da mente de toda a ilusão é a verdadeira expiração.
  2. A percepção “Eu sou Divino” é a verdadeira inspiração.
  3. A constante firmeza da mente nesta convicção é a retenção.

Para praticar Pranayama basta ter um par de pulmões, uma coluna ereta e a mente alerta e tranqüila.  Os recursos que necessita são todos seus, e suas potencialidades estão aí, adormecidas.

No contexto terapêutico, muitos exercícios de Pranayama podem e devem ser utilizados para potencializar as diversas técnicas da Transpessoal.

Depois de quase dois anos sem postar nadica de nada aqui, vejo que continuo tendo a mesma frequência de visitas. Então, resolvi voltar!! Passei por uns tempos bastante atribulados, trabalhando demais na área de psico. Eis que agora retorno, mas sob um novo enfoque: A Psicologia do Yoga ou o Yoga na Psicologia?

Sempre achei que Yoga tivesse tudo a ver com Psicologia – principalmente com a psicologia corporal. Ora é só dar uma olhada no livro de exercícios de Bioenergética de Lowen e logo verá um dos primeiros exercícios: “grounding”, o famoso aterramento! Também, na psicologia corporal, é preciso começar da base, fortalecendo o primeiro chakra, trabalhando a energia nele acumulada.

Posso dizer que não gosto muito dessas separações? Psicologia corporal parece algo tão distante dos consultórios!! Como se fosse possível trabalharmos apenas a psique das pessoas! Depois de ter estudado muito os Tantras, principalmente no que conscerne o funcionamento dos chakras, passei a aplicar em setting terapêutico alguns exercícios. E tive ótimos resultados. Então, neste primeiro post quero escrever um pouco sobre a Psicologia Corporal e como o Yoga, por si só, é um sistema ótimo e muitas vezes eficiente psicologicamente falando.

A Psicologia Corporal considera o ser humano uma unidade psicossomática. Isso implica na não-separatividade das “formas de ser”: corpo, mente, espírito. Está muito de acordo com o que o termo “psicólogo” quer dizer: “médico da alma”. Para a Análise Bioenergética, os processos energéticos estão profundamente arraigados no estado de vitalidade do organismo. Isso pode não fazer muito sentido para quem está na primeira metade da vida, praticando yoga com todo o louvor e leveza que Deus lhe deu. Mas para quem sente os aprisionamentos da segunda metade da vida, após os 30 anos, sabe o que eu estou falando. O processo jamais é somente biológico. Emma Jung, falando sobre a mulher e suas qualidades espirituais, afirma que é justamente na segunda metade da vida que surge as neuroses mais profundas. Na análise bioenergética, é na segunda fase da vida que os encouraçamentos passam a surtir efeito. Eu percebo que grande quantidade de libido, de energia psíquica, é empregada para fixar os conteúdos emocionais reprimidos na musculatura, e mais energia é necessário para lá mantê-los. A queda de energia psiquica causa a de-pressão – a falta de pressão, de vitalidade no corpo humano. Assim começamos a nos atrofiar.

Por que o Yoga é perfeito como sistema psicológico? Ora porque vem a ensinar como desmanchar as couraças, fazendo o corpo vibrar novamente, trazendo profundidade nos sentimentos, espontaneidade nas ações. Acontece que muitas vezes o corpo está tão debilitado, que é impossível ter força de vontade para praticar sozinho. É nessas horas que o trabalho de um psicólogo é essencial.

Assim, como gosto muito de abrir categorias para meus posts, está aberta a categoria da Psicologia do Yoga!

Namastê!! Com desejo de que vocês estejam vibrando muito!!

Considerada a “Bíblia” hindu, a Bhagavad Gita é o shastra principal que rege as nossas vidas, o modelo arquetípico perfeito para a condução de um ideal de vida elevado.

A versão que eu sigo é de Ramananda Prasad, meu Guru Siksha, que é não sectária, puro deleite para nosso intelecto. Logo em breve vou disponibilizar um curso introdutório dos primeiros capítulos, conforme me guiou Swami Krishnapriyananda. Por hoje, ficamos com a introdução da Gita de Ramananda Prasad.

INTRODUÇÃO

O Gita é uma doutrina sobre a verdade universal. Sua mensagem é universal, sublime e não-sectária, embora ele seja uma parte da trindade escritural do Sanathana Dharma, normalmente conhecido como Hinduísmo. O Gita é muito fácil de ser entendido em qualquer linguagem para uma mente madura. Uma leitura repetida com fé irá revelar todas as idéias sublimes que ele contém. Poucos são os aspectos abstrusos, intercalados aqui e ali, mas estes não possuem influência no problema prático do tema central do Gira. O Gita trata da mais sagrada ciência metafísica. Ele transmite o conhecimento do Ser e responde a duas questões universais: Quem sou eu, e como eu posso conduzir uma vida pacífica e feliz neste mundo de dualidades. Ele é um livro de Yoga, de crescimento moral e espiritual, para a humanidade baseado nos princípios cardeais da religião Hindu.

A mensagem do Gita chegou até a humanidade por causa da má vontade de Arjuna, para cumprir para com o seu dever de guerreiro, uma vez que luta envolve destruição e morte. Não violência ou Ahimsa é o mais fundamental dos princípios do Hinduísmo. Toda a vida, humana ou não humana, são sagradas. Este imortal discurso entre o Senhor Supremo, Krishna, e Seu devoto, Arjuna, ocorreu não num templo, numa floresta reclusa, ou no alto de uma montanha, mas num campo de batalha, nas vésperas da guerra, e está escrito no grande épico Mahaabharata. No Gita, o Senhor Krishna avisa Arjuna para erguer-se e lutar. Isto, provavelmente, gera um mal-entendido do princípio do Ahimsa, se o fundo da guerra do Mahabharata não estiver na mente. Portanto, uma breve descrição histórica está em ordem.

Nos tempos antigos houve um rei com dois filhos, Dhritarashtra e Pandu. O mais velho nasceu cego, portanto, Pandu herdou o reino. Pandu teve cinco filhos. Eles foram chamados de Pandavas. Dhritarashtra teve cem filhos. Eles eram chamados de Kauravas. Duryodhana foi o primogênito dos Kauravas.

Após a morte do rei Pandu, os Pandavas tornaram-se os reis de direito. Duryodhana foi uma pessoa muito ciumenta. Ele também queria o reino. O reino foi dividido em duas metades entre os Pandavas e os Kauravas. Duryodhana não ficou satisfeito com a sua parte do reino. Ele queria o reino inteiro para si próprio. Ele, de modo mal sucedido, planejou vários crimes para matar os Pandavas e pegar o reino deles. Ilegalmente ele apoderou-se do reino inteiro dos Pandavas e recusou-se a devolver mesmo um acre da terra sem a guerra. Toda a mediação feita pelo Senhor Krishna, e pelos outros, falharam. A grande guerra do Mahaabharata foi assim inevitável. Os Pandavas foram participantes que não queriam a guerra. Eles tiveram apenas duas escolhas: lutar pelo seus direitos conforme a matéria da responsabilidade, ou fugir da guerra e aceitar a derrota em nome da paz e da não violência. Arjuna, um dos cinco irmãos Pandavas, encarou o dilema no meio do campo de batalha para lutar ou fugir da guerra pela segurança da paz.

O dilema de Arjuna é, na realidade, um dilema universal. Cada ser humano encara dilemas, grandes ou pequenos, em suas vidas diárias, quando realiza a suas obrigações. O dilema de Arjuna foi o mais importante de todos. Ele tinha que fazer uma escolha entre lutar a guerra e matar seus mais reverenciados gurus, seus mais queridos amigos, parentes próximos, e muitos guerreiros inocentes, ou fugir do campo de batalhas com o objetivo de preservar a paz e a não-violência. Os setecentos versos, inteiros, do Gita tratam de um discurso entre o Senhor Krishna e o confuso Arjuna, no campo de batalhas de Kurukshetra, local próximo a Nova Delhi, na Índia, cerca de 3.100 anos a.n.e. Este discurso foi narrado para o sábio rei Dhritarashtra pelo seu cocheiro Sanjaya, como uma testemunha ocular da guerra.
O objetivo principal do Gita é ajudar as pessoas  lutando na escuridão da ignorância  a cruzarem o oceano da reencarnação (nascimentos e mortes repetidas), para atingirem a costa espiritual da liberação enquanto viventes e atuantes na sociedade.

O ensinamento central do Gita é a obtenção da liberdade ou da alegria, pelo cativeiro da ação da vida de cada um. Sempre se lembrem da glória e da grandeza do criador e da ação eficiente de seus deveres, sem estar apegados ou afetados pelos seus resultados, mesmo que a obrigação demande, de vez em quando, na violência inevitável. Algumas pessoas negligenciam ou desistem de suas responsabilidades na vida pela segurança de uma vida espiritual enquanto outras desculpam-se a si mesmos de uma pratica espiritual porque elas crêem que ela não possuem tempo. A mensagem do Senhor é para purificar todo o processo da vida em si mesma. Não importa o que uma pessoa faz ou pensa deverá realizar pensando na glória e na satisfação do Criador. Nenhum esforço ou custo é necessário para este processo. Faça as suas obrigações como um serviço para o Senhor e humanidade, e veja um único Deus em tudo, num estado de espírito. É  necessário purificar o corpo, a mente e o intelecto, para conquistar um estado de espírito, disciplina pessoal, austeridade, penitência, boa conduta, serviço desapegado, práticas yóguicas, meditação, adoração, oração, rituais, e estudo das escrituras, assim como a companhia de pessoa santas, peregrinação, canto dos santos nomes do Senhor, e  auto-inquirição. Através do intelecto purificado deve-se estudar para abandonar a luxúria, a ira, a avareza, e estabelecer o controle sobre os seis sentidos (audição, tato, visão, gustação, olfato e mente). Deve-se sempre lembrar de que todos os trabalhos são feitos pela energia da natureza, e que ele o ela não são os agentes mas apenas um instrumento. Deve-se aspirar o máximo de excelência em todas as tarefas, mas mantendo-se a equanimidade no sucesso ou no fracasso, no ganho ou na perda, na dor ou no prazer.

A ignorância do conhecimento metafísico é para a humanidade um grande predicamento. Uma escritura, sendo a voz da transcendência, não pode ser traduzida. A linguagem é incapaz e as traduções são defeituosas para claramente transmitir o conhecimento do Absoluto. E nesta tradução, uma tentativa foi feita para manter o estilo mais próximo possível para a poesia original do Sânscrito, e com isso tornar fácil a leitura e o entendimento. Uma tentativa há sido feita para aprimorar a claridade pela adição de palavras ou frases, entre parênteses, na tradução dos versos. Um glossário e índice há sido incluído. Cento e trinta e três (133) versos chaves estão impressos em negrito para a comodidade dos iniciantes.  Nós sugerimos a todos os nossos leitores para refletirem, contemplarem, e agirem de acordo com estes versos. Os principiantes e os ocupados executivos poderão primeiro ler e entender o significado destes versos chaves antes de se aprofundarem no profundo oceano do conhecimento transcendental do Gita.

De acordo com as escrituras, não tem pecado, horrível que seja, que possa comover aquele que lê, pondera e pratica os ensinamentos do Gita; por mais que a água atinja a pétala do lótus (isso porque o lótus está por sobre o lodo; mesmo assim é belo e gracioso). O Senhor em Si mesmo, reside onde o Gita está, é lido, cantado ou ensinado. O Gita é conhecimento Supremo, e o som personificado do Eterno e Absoluto. Aquele que o lê, pondera, e pratica os ensinamentos do Gita com fé e devoção irá obter Moksha (ou Nirvana), pela graça de Deus.

Este livro é dedicado para todos os gurus de quem as bênçãos, graça e ensinamentos são inestimáveis. Ele é oferecido ao grande guru, Senhor Krishna, com amor e devoção. Que o Senhor aceite-o, e abençoe aqueles que repetidamente lerem-no com paz, felicidade, e o verdadeiro conhecimento do Ser.

OM TAT SAT


Existe muitos tipos de Astrologia, se é que podemos falar em “tipos”; esta ciência ancestral, cuja origem se perde na história de tantas antigas civilizações, se ramificou e se adaptou às culturas e hábitos de seus povos de forma bastante peculiar. Quando estudamos um tipo de Astrologia, estudamos também a visão de uma civilização antiga, arcaica, cheia de mistérios envolventes, que embriaga e hipnotiza nossa mente mística.

Mesmo na Índia, berço da civilização humana, onde a Astrologia encontra sua origem ainda mais antiga (cerca de 5 ou 6 mil anos antes de Cristo, época em que foi surgiu o Rig Veda, o texto mais antigo da humanidade, que já oferecia muitas informações astrológicas), esta ciência encontrou suas diferenças entre um sistema e outro, entre um mestre e outro, já que nesta civilização todo conhecimento é passado sistematicamente de Guru  (Mestre) para discípulo, e essa sucessão, chamada em sânscrito Parampara, segue assim até os dias de hoje.

 

Conta uma lenda antiga que em alguma biblioteca nos confins da Índia Antiga encontram-se papiros feitos de folha de bananeira com a descrição da vida de todas as pessoas que existiram e que ainda irão existir. Nestes papiros estão dados como o nome de sua mãe, seu pai, sua profissão e até sua digital. Você pode imaginar o tamanho que seria esta biblioteca?

Você pode pensar que isso é somente uma lenda, mas não é. De fato existe um tipo de Astrologia, cujo sistema é chamado Nadí, em que o astrólogo recolhe, juntamente com seus dados, sua impressão digital, para assim achar seu papiro. É claro que o número de charlatões nesta área é ainda maior, e é bem provável que você ache um desses do que um mestre verdadeiro. Mas enfim, informações como esta alimenta em nós o desejo profundo de sabermos mais sobre nós mesmos, e ainda, de saber o que nos é destinado nessa vida. A Astrologia Védica, entretanto, nos proporciona este conhecimento. Sua Carta ou Mapa Natal nada mais é que o mapa da sua alma, aquilo que você veio colher nesta vida. Não estou afirmando, com isso, que toda nossa vida é fatídica e que tudo já “está escrito nas estrelas”, mas sim que temos uma grande probabilidade de experimentar o que está descrito no nosso mapa natal.

Na Índia Antiga, os brahmanes que liam as estrelas eram considerados conselheiros do governo, pois sabiam ao certo que decisão tomar para que dessem bons frutos – ou seja, para que alguém não se desviasse do seu Dharma ou missão de vida. Também, tão logo uma criança nascia, os mesmos brahmanes eram então chamados para falar do futuro dessa criança, e isso fazia-se não somente para preparar os pais para o futuro sofrimento, mas bem como para remediar caso houvesse alguma previsão de infelicidade. Unindo nossa vontade com a vontade do Criador, surgem os “remédios astrológicos”, que vão desde o uso de pedras, sementes de Rudrakshas, canto de mantras até sacrifícios planetários, conhecidos pelo nome sânscrito Agni Hotra. Mais recentemente, podemos observar o uso de florais da nossa rica mata sendo utilizados para sanar deficiências causadas pelos maus posicionamentos de planetas e seus aspectos nefastos.

Dessa forma, ainda que você não receba apenas boas notícias em relação ao seu Karma, sempre existirá um meio pelo qual você poderá se adequar à vontade do Criador amenizando seu sofrimento.

Talvez esta carta mereça aqui um parêntese para que eu possa lhe explicar que a vontade do Criador não é trazer sofrimento, mas pelo contrário; A astrologia baseia-se na crença da reencarnação, assim sendo, colhemos nesta vida os frutos de outras existências e é por isso que devemos passar por determinadas situações nesta vida. Vendo o sofrimento do ser humano, o Senhor Shiva, que é um deus muito empático e caridoso conosco, chorou, e suas lágrimas se transformaram em Rudrakshas (Rudra: Shiva; Akshas: lágrimas), cada uma com um número de linhas exato e de consonância com os planetas. Já foi provado cientificamente a atuação das Rudrakshas sobre os batimentos cardíacos e as ondas cerebrais, mas mesmo antes disso, já se acreditava que as Rudrakshas detinham o poder de amenizar os raios maléficos dos planetas mau colocados, e com estes objetivos é que são utilizadas.

Quando você faz a leitura do seu mapa védico, possivelmente seria os mesmos escritos que você encontraria nos papiros daquela imensa biblioteca “da vida de todos os seres humanos”.

Por fim, tenho que ao menos mencionar sobre as muitas diferenças entre a astrologia ocidental e a astrologia védica. Não há espaço aqui para mencionar todas as diferenças, mas porquanto basta saber que há uma diferença técnica de 23  graus em relação à astrologia ocidental ou tropical, pelo motivo da precessão de equinócios, o que não é levado em consideração pela astrologia ocidental. Por isso, possivelmente você se verá em outros signos na astrologia védica. Nesta astrologia o planeta Sol não é o mais importante, como na astrologia tropical. Por isso, na Índia é muito mais comum perguntar em que constelação (nakshatra) você nasceu ao invés de perguntar qual é seu signo. Na astrologia védica o Sol somente lhe falará sobre seu ego, ou o tipo de sua alma (forma). O Ascendente e a Lua são muito mais importantes, bem como as suas constelações, como já dito. Ainda assim, uma astrologia não anula a outra, pois falam de coisas diferentes, uma mais relacionada com aspectos psicológicos e outra mais sobre considerações kármicas.

 

Desejos sinceros de profunda paz em seu coração. Espero que as informações aqui desveladas lhe sejam úteis em diversos sentidos. Em qualquer caso de dúvida, não hesite em me procurar.

santipriyagopi@yahoo.com.br

 

Hari Om

 

Shantipriya Gopi Devi (Sheila Drumond)

 

Obs.: Carta ao Consulente do Mapa Astral Védico (contém outras informações que foram suprimidas)

 

shiva India

A palavra sânscrita “tantra” tem muitos significados e sentidos. Seu emprego é amplo e diversificado. Entre os tantos significados da palavra Tantra, encontramos: “parte principal’, “teia”, “urdidura”, “enroladura”, “corda”, “modelo”, “tipo”, “sistema”, “moldura”, “doutrina”, “regra”, “teoria”, “trabalho científico”, etc. etc. Mas no nosso presente entendimento Tantra é um dos três passos necessários para o desenvolvimento espiritual, tendo em vista Moksha ou liberação do Samsara (roda de nascimentos e mortes). Isso quer dizer que o Sadhaka ou praticante deverá seguir um conjunto de sistemas ou passos que o irá levar para a liberação do Samsara, ou liberação da roda de nascimentos e mortes.

Na atual era em que estamos vivendo o tempo de vida é muito curto, de tal modo que não há muito tempo para técnicas de meditação que possam liberar numa vida. Também, técnicas que somente praticam adoração externa ou Puja externo não são eficientes. Tampouco a ação sem ter em vista o resultado ou o fruto do resultado do Karma é totalmente possível. Por isso, foi dado para a humanidade o Tantra, que é uma atividade prática e perfeitamente possível, inteiramente plausível, aqui e agora, dependente unicamente do praticante.Há três passos que fundamentam qualquer Sadhana Bhakti, a saber: Mantra, Yantra e Tantra. Todos devem iniciar com Mantra, de modo a ter uma prática regular na vocalização de um Mantra fornecido pelo Guru. A primeira forma de se aproximar ou introduzir-se na fé do Sanatana Dharma é Mantra. Este Mantra é dado pelo Guru, e deve ser seguido conforme a orientação que for dada por ele. Em seguida, o Sadhaka terá que direcionar-se para uma forma ou Saguna de Brahman. Este processo é dado num Yantra, que é a simbologia que está contida nas diversar formas e nos atributos da Deidade, seja na forma de uma imagem de barro, madeira, pedra ou metal. Também é usual a representação no símbolo, numa forma de Mandala, ou desenho que tenho significado e reúna dos atributos da Deidade e Seus passatempos ou Lilas. Por fim, no complemento da realização e do Sadhana, como o processo final de alcançar Moksa, vem Tantra.

Todo e qualquer Sadhana que não contenha os três passos será, evidentemente, um Sadhana incompleto. Por conseguinte, na não realização e execução destes passos o Sadhaka ficará parado ou estagnado num determinado momento. Estes três passos, Mantra, Yantra e Tantra, são necessários, devendo ser realizados nesta ordem ou conjuntamente. Apesar de serem passos distintos, e conterem em si determinados elementos peculiares, a ajuda de um Guru ou mestre espiritual é fundamental. Eis porque os textos sempre salientam a importância do Guru, bem como as orientações que são dadas por Ele, tendo em vista alcançar o progresso espiritual necessário. O Guru é aquele com quem confidenciamos nossa mente, não tendo nenhuma restrição para com Ele. Tudo deve ser compartilhado com o Guru, segundo o humor, tempo, lugar e circunstâncias. É por isso que se diz que quando o discípulo está pronto o Guru aparece. Do mesmo modo, quando o Guru está pronto o discípulo aparece, porque há um humor em cada Guru, que atrai um determinado conjunto e humor ou Rasa de discípulos. Está é uma característica muito peculiar no Sanatana Dharma, razão pela qual não é possivel classificar ou reunir o conjunto de práticas religiosas dos milhares de Gurus e mestres, num compêndio canônico como ocorre na Igreja Católica, por exemplo. A diversidade, a característica pessoal e dinâmica do processo de devoção, dentro de uma escola, e de acordo com o Rasa de um Guru, é a principal diferença entre uma religião estruturada e uma fé fundamentada na Filosofia prática.Por tradição do Tantra há três humores, Rasas, ou tipo de pessoas predominantes no mundo. O enfoque é dado na forma como o homem, especificamente, se comporta em relação ao sexo, segundo os três modos da natureza material, a saber: Rajas, Sattva e Tamas. Ao primeiro grupo pertencem aqueles de natureza da paixão. Também, são chamados de heróis o Viras, que têm na prática do Maithuna a porta e ponte para o desenvolvimento espiritual. São chamados heróis porque atuam naquilo que é considerado o perigo, ou o fogo, para uns; junto com os cinco elementos considerados proibidos. Convivendo em meio e para com aquilo que leva a maioria à ruína, devido a natureza doentia e inferior dos que estão no modo da ignorância, o herói é tal qual um Deva, este que está no modo da bondade ou Sattva, e este não precisa da via direta de acesso. Por sua vez, aqueles que estão no modo da ignorância ou Tamas, são também chamados de Pashus, ou do rebanho. Estes seguem a via comum, inferior, agem como simples animais reprodutores, e têm no sexo apenas uma forma de prazer mundano. A mulher, no mais das vezes, na visão do Pashu Bhava, é um “mal necessário”; a origem de todo o pecado; desencaminhadora do bem. Para o Pashu Bhava, a função da mulher é unicamente de gerar filhos, e é tão inferior como um animal ou o mais baixo dos sem castas. O humor de Sattva é aquele que está com os Devas, pessoas no modo da bondade, que não precisam da via direta para ter a energia de Kundalini no alto da cabeça.

Os três tipos de pessoas no mundo, segundo os modos da natureza material, então são: Pashus, pessoas comuns, que vivem em Tamas ou na ignorância; Viras, pessoas no modo de Rajas com o devido controle da energia seminal, e os Devas, que são os retirados da via direta. Os primeiros são maioria; os do meio e os últimos são minoria. Também, convém salientar que os que estão no modo de Sattva tiveram que passar, necessariamente, pelo modo da paixão. Portanto, Lutar contra as forças inferiores de Tamas e Rajas é um processo constante do herói, porque tem em vista alcançar o elevado estado além das três qualidades. Isso quer dizer que, no devido tempo, o herói alcança o estado além dos três modos da natureza, conforme está dito no Bhagavad-gita, pelo Senhor Krishna, nos seguintes versos, dirigidos para Arjuna:

traigunya visaya veda

nistrai gunyo bhavarjuna

nirdvandvo nitya sattva stho

niryoga ksema atmavan2.45

“Os Vedas dizem respeito às três qualidades materiais ou Gunas, ó Arjuna; determina-te além delas, num equilíbrio sem dualidades, pois o teu Ser não precisa deste pensamento de proteção”

O fato de alguém estar no modo de Sattva ou bondade não significa que está realizado, ou que está acima dos outros modos. Ele deve ir além; deverá transcender os três modos na natureza material, também. Por isso, não podemos dizer que este ou aquele modo está acima de um ou de outro. Ninguém pode vangloriar-se ou achar-se que está acima dos outros, simplesmente porque está atado no mundo material ao ciclo de nascimentos e mortes. Há vários estágios, vários humores, várias formas de alguém buscar a transcendência, e isso deverá ser feito de acordo com o humor e posição espiritual de cada um. Eis, mais uma vez, a importância do Guru para poder orientar os passos do discípulo, e assim trilhar com mais facilidade o caminho.

Swami Krsnapriyananda Saraswati

astrologia

Eu me apaixonei pela astrologia. Não sei se por causa do enorme desafio de conseguir entender as minúncias deste sistema tão antigo ou mesmo se pelo prazer de estudar o Universo em sua forma mais primordial, os planetas e as estrelas. Há anos atrás comecei a estudar, de forma auto-didata, a astrologia ocidental, o que é muito importante no campo de vista da psicologia. Então ano passado tive a oportunidade de fazer um curso de formação em Jyotish com Gunesvara Das, o qual terminei no começo desse ano. Foi fabuloso! É claro que existe a necessidade de se continuar estudando, pois é muita coisa, é um sistema perfeito e impossível de entender como povos tão antigos conseguiram realizar cálculos impensáveis, pelo menos no meu ponto de vista. Nestes momentos, eu tinha a certeza de que Deus existia já há muito tempo e que, se nós perdemos essa capacidade de entender as coisas, é porque nos esquecemos Dele.

Existe muitas diferenças entre as astrologias ocidental e indiana. Em Jyotish não se dá tanta importância ao posicionamento do Sol, ao invés de pergutarem “qual é seu signo”, normalmente os indianos perguntam em qual estrela você nasceu. Sim, envolve conceitos totalmente novos. Além disso, há uma diferença de 23° entre um sistema e outro, por causa de um evento chamado Precessão dos Equinócios, que não é considerado pela Astrologia ocidental. Então, você pode ter um mapa védico totalmente diferente do mapa ocidental. Porém, ainda sim, se verá em ambos. Não é a toa que dizem que você deve fazer muitos mantras para conseguir alguma iluminação de consciência para poder estudar e entender Jyotish. Com tempo, persistência e ajuda divina, é possível sim.

Decidi abri este tópico introdutório sobre a Astrologia pois há algo muito interessante que eu gostaria de abordar posteriormente. Na Astrologia Védica existe os remédios astrológicos, que inibem parte doa raios nefastos emanados por um planeta ou aspectos tensos entre dois ou mais planetas. Um desses remédios já falamos, são as Rudrakshas. Outro são os mantras para os planetas védicos. Consegui, em minhas pesquisas , um bom material sobre isso e gostaria de compartilhar aqui.

Dada a breve introdução, vamos abrir uma seção só para mantras e orações védicas, com imagens e áudio! Isso é muito legal, não acham? Um Jay para a internet que possibilita tantos conhecimentos e não tem barreiras de distância e nem de dinheiro! JAY! ehehehe

Om Shanti

Hari OM

Namastê minha gente…

Hoje vim falar sobre a energia e poder das sementes de Rudrakshas, essas sementes indianas que estão ficando cada vez mais famosas.

Rudraksha significa “lágrima de Shiva”, “Rudra” é um dos nomes do Senhor Shiva, geralmente atribuído à sua forma mais anciã, e “Akasha” significa lágrima. Conta a lenda que o Senhor Shiva, ao ver o sofrimento da humanidade, se encheu de compaixão e chorou, e suas lágrimas, ao caírem na terra de Bharata (a antiga Índia, que antes compreendia o conjunto maciço de todos os  continentes), viraram as sementes de Rudrakshas.

Este é um passatempo muito transcendental, pois muita coisa está “por trás” desta bela história. As sementes de Rudrakshas contém um número determinado de linhas, que corresponde às influências planetárias, sendo uma para cada planeta:

Rudraksha 1 linha – Sol

Rudraksha 2 linhas – Lua

Rudraksha 3 linhas – Marte

Rudraksha 4 linhas – Mercúrio

Rudraksha 5 linhas – Júpiter

Rudraksha 6 linhas – Vênus

Rudraksha 7 linhas – Saturno

Rudraksha 8 linhas – Rahu

Rudraksha 9  linhas – Ketu

Ainda há sementes de mais linhas, utilizadas para fins específicos.

Rudraksha com várias linhas

Rudraksha com várias linhas

Para não estender muito este tópico, falando de astrologia, caso você entenda alguma coisa sobre o tema, Rahu e Ketu são o que no ocidente conhecemos como nodo solar e lunar. Não são exatamente planetas, mas as sombras. É um conceito difícil e seu estudo requer meditação e iluminação de consciência.  Mas, importante que se diga, Rahu e Ketu tem uma importância muito grande para a Astrologia Védica ou Indiana.

Então, neste aspecto, as Rudrakshas são utilizadas como remédio astrológico, pois altera a influência dos raios nefastos emanados por um planeta ou aspecto entre planetas mau colocados. Para cada planeta em má situação, recomenda-se o uso de uma ou mais sementes de Rudrakshas com número determinado de linhas. Esta é a principal utilização terapêutica das sementes.

É claro que o número de linhas de cada Rudraksha pode alterar e muito seu preço final. Assim,  a semente mais rara e mais cara é de uma linha, e a mais barata e comum de 5 linhas, que são feitos os Japamalas. Lembramos que 5 linhas corresponde ao planeta Júpiter, um planeta benéfico natural, em sânscrito é conhecido pelo nome de Guru, sendo senhor do conhecimento espiritual. Portanto, ótimo para as práticas espirituais.

Caso você queira comprar sementes, seja por recomendação astrológica ou não, recomendo:

www.rudrakshanepal.com

É um lugar muito confiável, que manda o certificado de Autenticidade das sementes, o que é muito recomendado quando se trata da Índia em tempos de Kali Yuga – há muitos charlatões, como em qualquer outro lugar. Sem falar que eles energizam as sementes para quem compra, um servicinho “extra”, por assim dizer.

Além de toda essa “balela” astrológica, lógico que as sementes de Rudrakhas possuem outros poderes terapêuticos e mágicos. Já foi comprovado sua influência nos batimentos cardíacos, ou seja, a mudança da pressão arterial. Há sementes que ficam de molho na água e essa água, agora energizada, é boa para ajudar a normalizar a pressão arterial, diabetes, problema gástricos e de pele. Ganhei duas dessas sementes especiais para água do site que citei acima. Você pode ganhar também, é só fazer um pedido maior de 50 dólares.

Aqui em casa, como somos adeptos da Astrologia Védica, todos possuimos nossos colares de Rudrakshas planetárias!

Sopros de Prána pra todos vcs!

Continuando a série sobre grandes mestres, falaremos hoje sobre Swami Satyananda, o qual posso considerar como meu Guru Siksha, já que Ele foi iniciado por Swami Sivananda no Dasanami Sampradáya (ordem discipular).

satyananda

Satyananda nasceu em 1923 nos pés dos Himalaias, sendo abençoado por muitos santos e saddhus que ali passavam em direção ao cume das montanhas. Aos 19 anos, Satyananda deixou seu lar familiar para encontrar seu guia espiritual, Swami Sivananda, com quem passou 12 anos seguindo fielmente suas instruções. Atingindo a Iluminação espiritual, Satyananda pôde compreender a Verdade e desde então tornou-se uma autoridade em Yoga, Tantra, Kundalini, Vedanta e Sámkhya.

Depois deste tempo ao lado de Swami Sivananda, Satyananda peregrinou pela mãe Índia, como de costume dos grandes yogis. Por onde passou, buscou aperfeiçoar suas técnicas, afim de acabar com o sofrimento da humanidade. Em 1963, fundou a International Yoga Fellowship Movement e também a Bihar School of Yoga. Em 1968, fez sua primeira viagem ao ocidente para divulgar seus conhecimentos, inspirando ashrams do mundo todo. Em 1983, Satyananda nomeu Swami Nirajanananda como presidente da Bihar Sacool of Yoga, e em 1984 fundou a Sivananda Math, uma instituição que auxilia familias indianas necessitadas, e também o Yoga Research Foundation, instituição voltada para pesquisas científicas na área do Yoga.

Em 1988, Satyananda se recluiu para os locais de peregrinação, recebeu uma ordem espiritual para se estabelecer em Rikhya, onde vive até os dias de hoje, num estilo de vida de Paramansa, ajudando a Humanidade com sua consciência cósmica.

Tenho comigo três pérolas de Swami Satyananda. Yoganidra, o único que está em português, Swami Satyananda explica em detalhes essa prática introduzida no Yoga por ele (sim, sim, sim, e muito possivelmente, a maior parte dos professores de yoga não sabem isso). Outro livro, um clássico: Asana, Pranayama, Mudra, Bandha, em espanhol, onde o Swami ensina as principais técnicas utilizadas no yoga; E o livro Kundalini Tantra, em inglês, o maior tratado que já conheci sobre o sistema de chakras. Swami Satyananda ainda possui outras publicações. Em breve, postarei alguns de seus conhecimentos aqui.

Hari Om

Swami Satyananda

Swami Satyananda

Dando sequência à série de artigos que falam sobre grandes mestres, falaremos hoje sobre Swami Sivananda, meu guru Siksha.

Olhos de Amor de Swami Sivananda

Olhos de Amor de Swami Sivananda

Swami Sivananda é meu Guru Siksha. Isso quer dizer que não foi ele quem me deu a iniciação (quem faz isso é o Guru Diksha), mas que minha linhagem discipular vêm deste grande nome do Yoga. Swami Sivananda foi, antes de tudo, um médico, apesar de mostrar tendências à renúncia espiritual desde criança. Formou-se em medicina e ganhou muito dinheiro, sendo youngsivanandaextremamente bem sucedido. Entretanto, em 1923 renunciou sua profissão e começou a peregrinar pela Mãe Índia. Em 1924 recebeu seu Diksha e tornou-se oficialmente sannyas, um renunciante. Desde então, Swami Sivananda comeu para viver e viveu para servir a humanidade.  Ele morou numa pequena cabana, que estava infestado de escorpiões. Lá ele realizou austeridades intensas, observando silêncio intenso e jejum. Mesmo com uma prática meditativa de mais de 12 horas por dia, Swami Sivananda nunca negligenciou o tratamento aos doentes, ele visitava a cabana dos sadhus, servia-os, dava remédios e lavava seus pés. Quando necessário, carregava-os nas suas costas até o hospital.

Com algum dinheiro da apólice de seguros, Swami Sivananda abriu um pequeno consultório de assistência e caridade no ano de 1927.  Ele servia os peregrinos e via o Senhor Narayana neles.

Swamiji praticou diversas linhas de yoga e estudou as literaturas védicas. Após uma prática intensa, ele finalmente chegou ao Nivirkalpa Samadhi, o fim de sua jornada espiritual. Então em 1936 ele fundou a Divine Life Society, disseminando seus conhecimentos espirituais às margens do Ganges em Rishikesh.

Swami Sivananda acreditava na síntese em tudo, no Yoga assim como alívio do sofrimento humano. O tratamento alopático era inseparável para ele e para a Sociedade, mesmo naqueles dias dos primeiros tempos no Swargashram. Ele agora sentia que necessitava servir as pessoas com a preparação de medicamentos Ayurvédicos, resultado da preparação de raras ervas dos Himalayas. E, então, ele instituiu a Sivananda Ayurvedic Pharmacy (Farmácia Sivananda Ayurvédica), em 1945, a qual cresceu a tal ponto que não consegue atender a crescente demanda das pessoas.

Swami Sivananda irradiava sua divindade e sublime mensagem de serviço, meditação e realização em Deus para todas as partes do mundo, através dos seus livros, rodando em mais de trezentos, através de jornais periódicos e cartas. Seus discípulos e devotos são de todas as religiões, cultos e credos no mundo.

O Yoga de Swami Sivananda, do qual ele chamou significativamente de Yoga da Síntese, realiza um harmonioso desenvolvimento das “mãos”, “cabeça” e do “coração”, pelo intermédio da prática de Karma-yoga, Jñana-yoga e Bhati-yoga.

No dia 14 de Julho de 1963, a grande alma Swami Sivananda entrou em Mahasamadhi (partida de um santo auto-realizado do seu corpo mortal) em seu Kutir, nas margens do Ganges, em Shivanandanagar. Pouco antes de abandonar o corpo material pediu para beber um copo com a água do Ganges e disse: “Estou perfeitamente bem!”.

Ainda hoje seu conhecimento é respeitado e levado muito a sério. Vários de seus livros, hoje sem edição, estão disponíveis  para download na internet, entre eles recomendo os clássicos:

– Essência do Yoga

– Ciência do Pranayama

Pratique Yoga!

O Tridente de Shiva, chamado em sânscrito como Trishula, é a arma de Shiva com a qual Ele destrói a ignorância dos seres humanos. As três pontas representam as três qualidades (Gunas) da matéria: Inércia (Tamas), Movimento (Rajas) e Equilíbrio (Sattva). A busca do praticante começa em buscar Sattva e termina quando transcende todas as qualidades da matéria, quando, então, se atinge Moksha, a Libertação, que é objetivo final de toda prática verdadeiramente hindu.

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Hare Rama Krishna

Hari Om. Após o final da Dvápara Yuga, Sri Nárada Muní dirigiu-se pessoalmente ao Senhor Brahma, na ocasião do início da Kali Yuga -era das trevas - e perguntou-lhe: "óh! Bhagavan (mestre) como poderei na terra ser capaz de atravessar a Kali yuga?"
No que o Senhor Brahma lhe respondeu: "óh Sadhu, as Escrituras Sagradas mantém isso em segredo e oculto, e através do qual você vencerá o Samsára na Kali-Yuga; trata-se simplesmente do ato de reverenciar o nome do Senhor Primordial, Sri Narayana (Sri Krishna) através dos Santos Nomes.

O sábio Nárada mais uma vez perguntou: "Quais são esses nomes?, "no que Sri Brahma (Hyranyagarbha) respondeu-lhe: "Os Santos Nomes do Senhor, conforme dito nos Vedas, são:

Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare
Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare

Estes dezesseis nomes aniquilam os maus efeitos na Kali-Yuga, e não há meio melhores do que Eles, que possam ser vistos nos Srutis. Estes dezesseis nomes destróem a imobilidade do Jíva, rodeando-o com dezesseis raios (kalas). E tal qual a branca luz do sol dissipa as nuvens escuras, atuando como um círculo mágico protetor de todas as entidades vivas existentes, e assim desvelando o Parabrahman (o Absoluto).

Kalishantarana Upanishad

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Ganesha Shatakam Strotam – Mantra Védico para Ganesha

Narada disse:

Inclinando a cabeça, eu saúdo o Senhor removedor dos obstáculos, filho da divina Gauri; seu coração é a morada de todos seus devotos; medito, neste momento, em você, para que possam ser removidos todos os obstáculos ora no meu caminho.

Nomes de Ganesha através dos quais ele deve ser lembrado:

1 – Aquele que tem a tromba curva;

2 – Aquele que tem um dente;

3 – Aquele cujo veículo é um rato escuro;

4 – Aquele que tem a face de elefante;

5 – Aquele que tem um grande abdome;

6 – O grande;

7 – O rei dos obstáculos;

8 – Aquele que tem a cor escura;

9 – Aquele que tem a lua na testa;

10 – O removedor dos obstáculos;

11- O Senhor dos ganas, forças de Shiva;

12 – Aquele cuja forma é de elefante.

Ó Senhor, para aquelas pessoas que recitam os doze nomes três vezes ao dia (ao nascer do sol, ao meio dia e ao pôr-do-sol) que não haja medo de obstáculos e que tudo seja realizado.

Para aquele que deseja conhecimento, o conhecimento é adquirido. Para aquele que deseja riqueza, a riqueza é conquistada. Para aquele que deseja filhos, filhos serão alcançados. Para aquele que deseja libertação, os meios para ela serão encontrados.

Os versos de Ganesha devem se recitados durante seis meses, e o fruto será alcançado. Haverá sucesso no espaço de um ano, não há dúvida quanto a isso.

E tendo sido escrito, aquele que copiar os versos e distribuir a oito brahmanas conseguirá todos os conhecimentos, com as bençãos do Senhor Ganesha.

Assim, completam-se os versos encontrados no Shri Narada Purana ao Senhor Ganesha, para a destruição dos obstáculos.